Por que o INSS tem negado tantos benefícios por incapacidade? Entenda o que está por trás disso

Benefícios por incapacidade

Nos últimos anos, muitos segurados têm enfrentado um desafio preocupante: o INSS está negando cada vez mais benefícios por incapacidade. Mesmo pessoas com laudos médicos e exames atualizados acabam tendo seus pedidos indeferidos.

Para explicar os motivos por trás das negativas, hoje trouxemos um guia completo. Assim, você vai conhecer seus direitos legais e descobrir como se proteger durante a perícia para evitar injustiças. 

Então, se você está passando por isso ou conhece alguém nessa situação, continue lendo até o final.

Benefícios por incapacidade: quais são e quem tem direito?

Os benefícios por incapacidade do INSS são voltados a quem está temporária ou permanentemente impossibilitado de trabalhar por motivo de doença ou acidente. Os principais são: 

  • Auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença);
  • Aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez);
  • Auxílio-acidente.

Para ter direito, o segurado precisa cumprir alguns requisitos, como:

  • Qualidade de segurado;
  • Carência mínima de 12 contribuições (exceto em casos de acidente ou doenças graves previstas em lei);
  • Principalmente, comprovar a incapacidade para o trabalho por meio de perícia médica.

Cada benefício tem suas particularidades. Por exemplo, o auxílio-doença é pago enquanto durar a incapacidade temporária. Já a aposentadoria sai quando não há perspectiva de recuperação. Por sua vez, o auxílio-acidente é um benefício indenizatório, pago a quem ficou com sequelas que reduzem a capacidade de trabalho.

Por que tantos pedidos têm sido negados pelo INSS?

Nos últimos anos, o número de benefícios por incapacidade negados pelo INSS cresceu consideravelmente. E o pior é que muitos indeferimentos são irregulares. Para se ter uma ideia, um estudo recente do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou que o INSS negou indevidamente mais de 10% dos benefícios por incapacidade analisados entre 2023 e o início de 2024. Essa taxa de erro inclui tanto análises manuais (13,20%) quanto automáticas

Entre os principais motivos estão a falta de peritos suficientes, a realização de perícias muito rápidas e a pressão interna por metas de produtividade. Além disso, políticas de contenção de gastos públicos podem influenciar as análises, tornando o processo mais rígido e até injusto.

Outro problema recorrente é a desconsideração de laudos médicos particulares, o que faz com que muitos segurados tenham sua condição subestimada. Tudo isso contribui para que benefícios legítimos sejam negados, levando muitos trabalhadores ao desespero.

Por isso, é essencial que o segurado se informe, se prepare com antecedência e, se possível, busque auxílio jurídico para garantir seus direitos durante esse processo.

O que pode estar errado na perícia médica do INSS?

A perícia médica do INSS é a etapa mais crítica na concessão de um benefício por incapacidade. Infelizmente, muitos segurados enfrentam perícias relâmpago, com atendimentos que duram menos de cinco minutos e não permitem uma análise completa da condição de saúde.

Outro problema grave é a falta de análise detalhada dos laudos e exames médicos. Em muitos casos, o perito sequer olha os documentos, desconsiderando diagnósticos feitos por especialistas que acompanham o paciente há anos.

Sem falar que há situações em que o perito não possui especialização na área da doença em questão, o que compromete a avaliação. Soma-se a isso a alta demanda de atendimentos por dia, que pressiona os profissionais e prejudica a qualidade do serviço.

Como se preparar para a perícia e evitar um indeferimento injusto?

A preparação para a perícia médica do INSS pode ser determinante para a aprovação do benefício. O primeiro passo é reunir toda a documentação médica importante: 

  • Laudos recentes;
  • Exames;
  • Atestados e receitas.

Todos com data atual e assinatura do profissional de saúde com CRM.

Além disso, é importante que esses documentos detalhem o diagnóstico, os sintomas e como a condição impacta diretamente na sua capacidade de trabalhar. Quanto mais completo e claro for o material, melhor.

Outra dica fundamental é descrever bem suas limitações no momento da perícia. Isto é, não tente minimizar a dor ou os sintomas, seja honesto e objetivo, explicando como a doença ou lesão impede sua rotina profissional.

Se possível, vá acompanhado de alguém e, em casos mais complexos, procure orientação jurídica especializada antes da perícia.

Quando vale a pena entrar com ação judicial contra o INSS?

Se o INSS negou seu pedido de benefício por incapacidade, mesmo com laudos médicos e exames consistentes, entrar com uma ação judicial pode ser a melhor saída. A Justiça tem reconhecido muitos direitos que o INSS deixou de conceder na via administrativa.

Os casos comuns incluem: 

  • Perícia mal feita;
  • Desconsideração de documentos médicos;
  • Condições crônicas ignoradas;
  • Interpretação errada dos critérios legais. 

Nesses cenários, o juiz pode determinar uma nova perícia, feita por um profissional indicado pela Justiça, e essa avaliação costuma ser mais imparcial.

De todo modo, o apoio de um advogado especializado é essencial. Ele vai organizar as provas, elaborar a petição inicial e acompanhar o processo, de modo a garantir o respeito a todos os seus direitos.

Muitos segurados têm conseguido reverter a negativa e até receber valores retroativos. Portanto, se você acredita que teve seu benefício negado injustamente, vale a pena buscar orientação jurídica e avaliar o ingresso da ação judicial.

Benefícios por incapacidade: como garantir seus direitos em 2025?

Com o número crescente de indeferimentos pelo INSS, garantir seus direitos em 2025 exige preparação e informação. O primeiro passo é entender bem qual benefício solicitar e reunir todos os documentos médicos possíveis. Quanto mais sólida for a comprovação da sua incapacidade, maiores as chances de aprovação.

Além disso, é importante se preparar emocionalmente e estar ciente dos seus direitos durante a perícia médica. Se algo parecer errado, ou se o perito agir com descaso, é possível registrar uma reclamação e buscar a via judicial.

Outro ponto essencial é não desistir na primeira negativa. Isso porque, muitas vezes o recurso ou a ação judicial trazem o resultado positivo. E, com o apoio de um advogado, esse caminho pode ser menos estressante e mais eficaz.

Lembre-se de que você não está sozinho, e com orientação correta, é totalmente possível virar o jogo e conquistar o benefício por incapacidade que é seu por direito.

Leia também: Auxílio-doença negado por falta de qualidade de segurado: como evitar esse erro silencioso

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